sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Degradação ambiental nos municípios brasileiros

Degradação ambiental nos municípios brasileiros


Em dezembro passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou os resultados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), Perfil dos Municípios Brasileiros, 2008. A Pesquisa procura diagnosticar a gestão e estrutura dos municípios a partir de cinco eixos: recursos humanos, legislação e instrumentos de planejamento municipal, habitação, transporte e meio ambiente.


Todos os prefeitos/as e vereadores/as, empossados em 2009, deveriam adotar como sua leitura obrigatória e de suas equipes esta Pesquisa, pois, os dados são reveladores da cultura política e do modelo de desenvolvimento que temos no Brasil, e, poderá ajudar nas soluções dos problemas locais. A Pesquisa pode ser encontra no endereço eletrônico do IBGE


Uma das principais constatações da Pesquisa é que, dos 5.564 brasileiros, 5.040 (90,6%) identificaram algum tipo de degradação ambiental em grau maior ou menor, ou seja, praticamente todos eles têm problemas ambientais. A Munic/2008 revela também, a fragmentação das políticas públicas locais, bem como a falta de estrutura, integração e recursos financeiros e humanos na área ambiental.


Na realidade, a Pesquisa apenas constata uma situação preocupante: a opção do modelo de desenvolvimento insustentável na escala local (pois na escala mundial é preocupante o constante aquecimento global e o insustentável modelo de produção e consumo). É verdade que já avançamos um pouquinho nas últimas décadas, mas ainda estamos longe de um modelo que preze pela harmonia e cuidado no que se refere à qualidade de vida na Terra – nações, regiões e localidades.


Queimadas, desmatamentos, assoreamento nos rios, poluição e escassez das águas, contaminação dos solos por agrotóxicos, são alguns dos problemas alertados pela Pesquisa. A falta de estrutura das Secretarias Municipais de Meio Ambiente e o não funcionamento adequado de seus respectivos Fundos Municipais, bem como a falta de investimentos financeiros são os principais problemas apontados.


Por isso, todos os dias os meios de comunicação trazem informações sobre as agressões ambientais nas zonas urbanas e rurais brasileiras. Alias, cidade e campo vivem o mesmo drama. E não esqueçamos que, a raiz do desrespeito ao meio ambiente é a mesma que gera a pobreza e a exclusão social, impedindo o acesso aos bens de serviços a uma ampla parcela da sociedade. Enfim, o nosso modelo ainda dominante é consumista, excludente e predador dos recursos naturais.


Segundo, Jornal O Popular (13/12/2008) ao divulgar os dados da Pesquisa sobre Goiás, dos 246 municípios existentes, 211 (85,7%) enfrentam agressões ambientais. Para os especialistas ouvidos, na realidade, temos problemas ambientais em 100% dos municípios. Precisamos avançar muito para mudar esta situação.


Contudo, não basta investir milhões em propaganda pelo meio ambiente. É preciso agir, trocando o discurso pela prática. É necessário inverter prioridades. Urge imprimir o desenvolvimento integral. E, para tanto, é fundamental que a sociedade participe na gestão de políticas sustentáveis, começando pela escala local.

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